A alimentação e nutrição das pessoas sempre despertaram interesse e atenção, e não é à toa que a mídia frequentemente aborda essa temática. No entanto, por trás dessa aparente acessibilidade de informações, há um perigo real: a disseminação de contradições e a transmissão incorreta de dados.
À luz da Lei nº. 8.234/1991, o nutricionista é o profissional de saúde designado para lidar com os processos de alimentação e nutrição humana. Sua atuação se estende desde a compreensão dos alimentos e seus nutrientes até a promoção da saúde e a prevenção de agravos relacionados à alimentação e nutrição, tanto em indivíduos quanto em comunidades, saudáveis ou enfermos.
Essa legislação estabelece e protege a assistência nutricional e dietoterápica como atividade exclusiva do nutricionista, incluindo a prescrição dietética e o desenvolvimento de planos alimentares adaptados às necessidades individuais.
Em um cenário onde a informação sobre alimentação é vasta, porém nem sempre precisa, o nutricionista assume um papel fundamental ao oferecer orientações embasadas em evidências científicas. Sua formação abrange uma variedade de campos que lhe conferem expertise para abordar uma ampla gama de tópicos relacionados à alimentação, desde a composição nutricional dos alimentos até as melhores práticas para promover uma dieta equilibrada e saudável.
Porém, é preocupante observar que muitos veículos midiáticos têm excluído os nutricionistas da construção de diálogos sobre alimentação e nutrição, muitas vezes dando voz a profissionais que carecem da expertise necessária para abordar tais questões com precisão, responsabilidade e ética.
A colaboração entre nutricionistas, médicos e outros profissionais da saúde é crucial, especialmente no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, como a obesidade. No entanto, quando se trata da divulgação de informações sobre alimentação e nutrição, e da implementação de estratégias nutricionais específicas, a presença do nutricionista como um autorizado interlocutor se faz imprescindível.
O perigo dos pseudo-especialistas
O nutricionista desempenha um papel fundamental na construção de novas atitudes em relação à comida. Mais do que meros emagrecedores, a atuação abrange uma ampla gama de questões relacionadas à alimentação, desde aspectos biológicos e nutricionais até influências culturais e sociais. O objetivo da nutrição é propor e incentivar transformações no comportamento alimentar das pessoas, visando uma vida verdadeiramente mais saudável e equilibrada, levando em consideração as particularidades de cada indivíduo.
É importante ressaltar que a disseminação de informações por pseudo-especialistas sobre nutrição contribui para a propagação de conceitos dicotômicos, contraditórios e muitas vezes errôneos sobre comida e peso. Isso cria um cenário onde a população é bombardeada por orientações confusas e, em alguns casos, prejudiciais à saúde.
Diante dessa realidade, a presença de nutricionistas em programas e matérias televisivas relacionadas à alimentação e nutrição é fundamental. Além de agregar credibilidade às informações transmitidas, a participação dos nutricionistas promove uma abordagem responsável e embasada em evidências científicas, beneficiando a saúde e o bem-estar da população como um todo.
Por isso, é essencial reconhecer e valorizar a expertise dos nutricionistas como agentes de promoção da saúde e da alimentação adequada. Ao buscar orientações sobre alimentação e nutrição, é imprescindível contar com profissionais qualificados que possam oferecer suporte e orientações personalizadas, alinhadas com as melhores práticas e recomendações científicas.
Referências Bibliográficas
- ALVARENGA, Marle dos Santos et al. Nutrição comportamental. 2ª Edição. São Paulo: Atheneu, 2019.
- BRASIL. Lei Nº. 8.234, de 17 de setembro de 1991. Regulamenta a profissão de Nutricionista e determina outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1991.
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