Sono e Nutrição: Aliados da Saúde e do Bem-Estar

A relação entre sono e nutrição é um aspecto importante e muitas vezes subestimado. O Dia Mundial do Sono, comemorado […]


A relação entre sono e nutrição é um aspecto importante e muitas vezes subestimado. O Dia Mundial do Sono, comemorado em 15 de março, destaca a importância do sono para a saúde e o bem-estar. Instituído por iniciativas de sociedades de sono ao redor do mundo, o objetivo é conscientizar sobre os transtornos do sono e promover práticas que possam melhorar a qualidade do sono das pessoas. 

Neste artigo, exploramos a complexa interação entre esses dois elementos, examinando como nutrientes afetam o sono e como padrões de sono influenciam o comportamento alimentar, além da influência do nutricionista no estado nutricional e a saúde geral do paciente. 

Sono e Nutrição: uma conexão vital

A relação entre sono e nutrição é bidirecional e profundamente interligada. A qualidade e a quantidade do sono podem influenciar diretamente a escolha dos alimentos, os hábitos alimentares e até o metabolismo. Por outro lado, a alimentação pode afetar significativamente a qualidade do sono, seja através da ingestão de substâncias estimulantes, como a cafeína, ou pelo consumo de alimentos que promovem um sono mais reparador. 

Certos nutrientes desempenham papéis essenciais na regulação do sono. Por exemplo, triptofano, encontrado em alimentos como leite e frango são precursores da serotonina, contribuindo para a produção de melatonina, hormônio regulador do sono. Magnésio e vitaminas do complexo B também são fundamentais, influenciando a qualidade do sono

Impacto do Sono no Comportamento Alimentar

A qualidade do sono está intimamente ligada ao comportamento alimentar. Noites mal dormidas podem impactar a sensibilidade à insulina, aumentando o risco de resistência insulínica e preferência por alimentos ricos em gorduras e carboidratos, desregulando hormônios como a leptina e grelina, responsáveis pela sensação de saciedade e fome, respectivamente, levando a um aumento do apetite. Esse desequilíbrio pode contribuir para escolhas alimentares menos saudáveis e para o desenvolvimento de obesidade e outras doenças metabólicas. 

Estatísticas sobre Insônia em Mulheres

Estudos apontam que as mulheres têm uma prevalência maior de insônia em comparação aos homens, influenciada por fatores como mudanças hormonais, estresse, ansiedade, e responsabilidades domésticas e profissionais. Essa realidade destaca a necessidade de abordagens específicas no manejo do sono para o público feminino. 

Segundo a Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da Insônia em Adultos da Associação Brasileira do Sono (ABS), a insônia é mais prevalente em mulheres de meia idade e mais velhas. 

Ser do sexo feminino, especialmente após a menopausa, ter idade avançada, histórico familiar de insônia, histórico pessoal anterior de insônia e ter traços de personalidade ansiosos são fatores de risco. 

Ainda, segundo a ABS, é possível que haja influência hormonal nesse padrão, uma vez que os índices de insônia começam a aumentar nas mulheres – em relação aos homens – a partir da puberdade.  

Como o nutricionista pode atuar na melhoria da qualidade do sono?

Nutricionistas, ao compreenderem a complexa relação entre sono e nutrição, podem incorporar a avaliação do sono nas consultas com seus pacientes. Isso pode ser feito por meio de questionários detalhados sobre hábitos de sono, qualidade e duração dele, auxiliando na compreensão do sono do paciente. Tal avaliação permite identificar possíveis distúrbios do sono que podem influenciar o estado nutricional e a saúde geral do paciente. 

Além disso, a recomendação de alimentos que favoreçam o sono, como alimentos ricos em L-triptofano, magnésio, zinco, vitaminas do complexo B, fibras prebióticas e bebidas fermentadas, além do aconselhamento sobre horários de refeições e a identificação de comportamentos alimentares que possam prejudicar o sono, permitem a criação de estratégias personalizadas. 

Por fim, o profissional pode trabalhar em conjunto com outros especialistas para abordar questões de saúde mental ou distúrbios do sono específicos. Através de uma abordagem integrada, o nutricionista pode auxiliar significativamente na melhoria da qualidade do sono e, por consequência, na saúde geral dos pacientes. 

Em conclusão, é vital que continuemos a educar a população sobre a importância do sono e como melhorá-lo através de uma nutrição adequada e de hábitos saudáveis. Através do reconhecimento das complexidades dessa relação, podemos dar passos significativos na melhoria da qualidade de vida das pessoas, promovendo uma sociedade mais saudável, mais produtiva e mais consciente da importância de uma boa noite de sono.  

Nutri, preparamos para você uma ferramenta especial que pode ser útil na sua prática clínica para o manejo de sono do paciente. 

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Artigo: Restrição de sono e alterações da pressão arterial, há relação?

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Referências bibliográficas 

  • Bacelar, Andrea; Pinto, Luciano Ribeiro Jr. Insônia: do diagnóstico ao tratamento. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora; São Paulo: Associação Brasileira do Livro, 2019. 
  • Drager, Luciano Ferreira; et. al. 2023 Guidelines on the Diagnosis and Treatment of Insomnia in Adults – Brazilian Sleep Association. Sleep Science, Rio de Janeiro, Rj, v. 16, n. 02, p. 507-549, out. 2023. Disponível em: https://www.thieme-connect.de/products/ejournals/abstract/10.1055/s-0043-1776281.

5 respostas para “Sono e Nutrição: Aliados da Saúde e do Bem-Estar”

  1. Matheus Aureliano

    Muito bom!

    1. Academia da Nutrição Team

      Agradecemos pelo feedback! Que bom que gostou do conteúdo! 🙂

  2. Jacqueline Martins

    Adorei os conteúdos, principalmente a Ferramenta Higiene do Sono!

    1. Academia da Nutrição Team

      Ficamos felizes em saber disso! Nossa missão é contribuir com a sua atualização através de mais conteúdos e ferramentas. 🙂

  3. Cynthia Antonaccio

    Importante seja qual for a idade e condição social e familiar do nutricionista em questão entender que mães no Brasil tem uma jornada singular, não compartilhada de funções. E mesmo que o profissional recomende, nem sempre é possível por uma questão cultura. Portanto, há de se adequar. ajudar, e criar metas, muito mais do que regras.

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