Como a nutrição participa na prevenção e combate a hipertensão arterial?

A hipertensão é uma doença crônica não transmissível de alta prevalência no Brasil. E uma das principais formas de prevenção ao […]


A hipertensão é uma doença crônica não transmissível de alta prevalência no Brasil. E uma das principais formas de prevenção ao desenvolvimento desta DCNT é a nutrição adequada!Sendo a principal causa de mortes anuais no mundo, a hipertensão se torna cada vez mais um alvo importante de ações da Saúde Pública.  Por conta de sua alta prevalência na população e maiores desfechos de saúde, foi instituído que o dia 26 de abril seria destinado a conscientização sobre esta doença, dando origem então ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.  Descomplicando as Diretrizes Brasileiras de HipertensãoAgindo em consonância com a campanha de hoje, a Academia da Nutrição trouxe então um conteúdo simplificado das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão.Esse documento foi lançado em 2020 e reúne informações importantes sobre a doença, sua definição, dados de epidemiologia, diagnóstico e classificação, avaliação clínica, complementar e de risco cardiovascular, além de metas terapêuticas, tratamento medicamentoso e não-medicamentoso e etc.  Por dentro da hipertensão arterialA hipertensão arterial é uma doença crônica não transmissível (DCNT). Basicamente, ela é caracterizada por uma elevação da pressão arterial, ou seja, elevação dos valores de pressão sistólica e diastólica.Chegando às seguintes medidas, para caracterizar o quadro:PA sistólica → maior ou igual a 140 mmHg;PA diastólica → maior ou igual a 90 mmHg;  As medições de pressão arterial devem ser realizadas por profissionais capacitados, de acordo com técnicas adquiridas a partir do treinamento dos mesmos.Além disso, é preciso que as medições (no mínimo duas) sejam realizadas em diferentes ocasiões e na ausência de medicações que possam afetar os resultados finais. Estes ainda podem ser validados por meio de avaliações fora do consultório, como a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial, Monitorização Residencial da Pressão Arterial ou Automedida da Pressão Arterial. Fatores de risco para a hipertensão arterialExistem alguns fatores de risco para o desenvolvimento desta doença, sendo assim, é importante que os profissionais tenham maior atenção com os portadores de alguma destas condições, principalmente por que a HAS é uma doença crônica e silenciosa, podendo não haver maiores sintomas, mas com grandes consequências. Alguns fatores de risco para o surgimento da hipertensão arterial são:Genética;Idade;Sexo;Etnia;Sobrepeso e obesidade;Alta ingestão de sódio e potássio;Ingestão de álcool;Sedentarismo;Fatores socioeconômicos;Apneia Obstrutiva do Sono;  A evolução da hipertensão pode causar mudanças estruturais e funcionais em tecidos e órgãos do corpo humano, comprometendo seu melhor funcionamento; ainda, ela também é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, doença crônica renal e morte prematura.  Sódio x Potássio: o que diz a diretriz?No que se refere à ingestão de sódio e potássio, a diretriz traz a informação de que o consumo elevado de sódio é um fator de risco, mas que o de potássio tem papel de redução dos níveis pressóricos.Sendo assim, é interessante que, em se tratando de um paciente com maior risco de desenvolvimento de hipertensão arterial, o profissional tenha uma maior atenção ao consumo destes dois micronutrientes.  Ainda, a ingestão de álcool também foi analisada e colocada como negativa ao controle e combate da HAS.Neste caso, foi observada uma maior prevalência de HAS ou elevação dos níveis pressóricos de pacientes do sexo masculino com consumo superior a 30g de álcool por dia, o que equivale a 1 garrafa de cerveja, 2 taças de vinho ou 1 dose de destilados.No caso do sexo feminino, o mesmo efeito é observado mediante o consumo de metade do relatado para os homens. A nutrição como um caminho na prevenção a hipertensãoVisando uma diminuição da prevalência de indivíduos afetados pela HAS, no Brasil e no mundo, existem ações que focam na prevenção ao desenvolvimento desta doença.Estas ações devem ser intersetoriais, ou seja, não cabem a apenas uma área ou setor da vida do ser humano e das políticas públicas, devendo olhar para o indivíduo como um ser complexo e imerso dentro de um sistema.  Uma das principais formas de prevenção ao desenvolvimento desta DCNT é a alimentação saudável!Documentos colocam maior ênfase nas dietas que são baixas em gorduras, mediterrânea, vegana/vegetariana, nórdica e baixa em carboidratos como principais formas de alimentação que previne a doença. Entretanto uma alimentação saudável e consciente, sem a exclusão de nenhum grupo alimentar, também é efetiva neste papel.  No caso da HAS, principalmente em se tratando da prevenção, não há maiores ressalvas que façam com que as orientaç��es do Guia Alimentar para a População Brasileira sejam revistas. Ao contrário!Sendo assim, cabe aqui uma alimentação não excludente de nutrientes e nem mesmo de grupos alimentares, mas que tenha uma base sólida em alimentos classificados como in natura ou minimamente processados, seguido ainda por uma maior atenção ao uso de ingredientes culinários menos ricos em gorduras saturadas e ao preparo destes alimentos.Por fim, ainda de acordo com o GAPB, deve-se ter maior atenção ao consumo de alimentos processados e evitar os ultraprocessados. Voltando à Diretriz, por ser específica à Hipertensão Arterial, ela traz uma maior atenção ao sódio. Estudos mostram que a restrição deste nutriente tem um papel redutor da PA, com uma redução média de 4,2 e 2,1 mmHg na PAS e PAD.Ou seja, o consumo de sódio se torna um alvo maior da atenção tanto dos profissionais, quanto das políticas públicas. Com isso, são criadas ações que tentam conscientizar a população a não ultrapassar o consumo de 2g/dia. Estas ações funcionam de diferentes formas e há uma grande gama de meios de aplicação.  Outras medidas preventivasPor fim, existem algumas medidas de extrema importância à prevenção da HAS, sendo algumas delas:o incentivo à atividade físicamanejo do estressebaixo consumo de álcool e tabacoalém de maior atenção ao peso, evitando o desenvolvimento de sobrepeso ou obesidadeuso de suplementos alimentares, se necessárioentre outros No quadro abaixo estão as medidas de prevenção ao desenvolvimento de Hipertensão arterial e seus respectivos efeitos observados:  Diretizes Hipertensão ArterialAlguns dos principais desfechos de saúdeA hipertensão arterial, apesar de ser assintomática, aumenta o risco de algumas complicações de saúde, entre elas algumas ligadas a doenças que afetam o sistema cardiovascular.Alguns exemplos de complicações são: insuficiência cardíaca, doença arterial periférica, doença renal crônica, demência, doença de Alzheimer, disfunção erétil, degeneração macular da senilidade e diabetes melito.Tais complicações são classificadas entre precoces ou tardias, uma vez que podem aparecer com pouco tempo de elevação crônica da PA ou com um tempo aumentado. Meu paciente foi diagnosticado com hipertensão arterial, e agora?O paciente que foi diagnóstico, por médico capacitado, após a realização de exames e outros procedimentos necessários ao diagnóstico correto, deve passar por um tratamento que visa a atenuação de sua condição, contribuindo para que o quadro não evolua para maiores desfechos de saúde ou até mesmo morte precoce. Entretanto, por se tratar de uma doença assintomática, não é incomum que pacientes só sejam diagnosticados após procurar os serviços de saúde por conta de alguma doença que já seja consequência de um grande período de PA elevada. Sendo assim, é importante pensar no tratamento para ambas as condições, e do indivíduo como um ser que está imerso em um sistema de rotina e cuja adesão ao tratamento depende muito de suas possibilidades, vontade e entendimento sobre sua situação.  A decisão de como tratar seu paciente deve partir primeiro de uma análise de sua situação:Seria seu risco baixo, médio ou alto?Há alguma doença associada?Qual sua rotina e histórico familiar?Alguém foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC)?Ele possui mais alguma DCNT ou doença coronariana?Qual sua idade e sexo?Quais são suas condições financeiras e psicossociais? Todas estas questões devem ser analisadas em conjunto e são obtidas por meio de uma anamnese detalhada e bem feita, pelo profissional em si ou algum outro, também capacitado, do serviço de saúde.No caso da Nutrição, estas informações servirão para nortear o planejamento dietoterápico do paciente.Além disso, é importante pensar em qual será o tratamento medicamentoso prescrito pelo médico responsável no acompanhamento do seu paciente, e avaliar quais são as possíveis interações entre fármacos e nutrientes, para que nenhum âmbito do tratamento seja prejudicado. Ainda, cabe ao profissional da Nutrição ouvir o restante da equipe multiprofissional e adequar suas orientações às demandas de outras áreas.  A hipertensão arterial é uma doença que afeta diversos sistemas fisiológicos e outras esferas da vida do paciente, sendo assim, é importante que toda a equipe trabalhe em consonância.  Ademais, o profissional da Nutrição deve sempre estar atualizado sobre o assunto e novas diretrizes, além de ter um bom conhecimento sobre seu paciente e sempre trabalhar para a manutenção de sua melhor saúde. Gostou de saber mais sobre o assunto, Nutri?Venha se atualizar mais ainda sobre Hipertensão Arterial e outras doenças crônicas não transmissíveis. Nossa plataforma esta repleta de conteúdos, é só navegar por aqui e boa leitura! Ah, e já conhecia as Diretrizes Brasileira de Hipertensão? Aproveite o link se quiser ler o documento completo.Referência Bibliográfica:Barroso WKS et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DHA-SBC), Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), 2020. 


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