Você sabia que o consumo de cafeína pode impactar o controle glicêmico? Este artigo discute um estudo publicado no British Journal of Nutrition em 2020 sobre a relação entre sono, cafeína e o controle de glicose.
Entendendo o Estudo
No estudo, 29 participantes passaram por um teste após 48 horas de dieta e atividades físicas padronizadas. Eles foram divididos em três grupos: Sono Completo, Sono Restringido com Cafeína e Sono Restringido sem Cafeína.
- Sono Completo: Grupo teve 8 horas de sono ininterrupto.
- Sono Restringido: Grupo foi acordado a cada hora, com 5 minutos de interrupção. Alguns consumiram café preto com 300mg de cafeína antes do teste, enquanto outros não consumiram cafeína.
Resultados e Conclusão do Estudo
Os grupos Sono Completo e Sono Restringido sem Cafeína não apresentaram diferenças nos níveis de glicose pós-prandial ou insulina sérica. Porém, no grupo Sono Restringido com Cafeína, houve uma diminuição na tolerância à glicose, com níveis elevados de glicose sérica.
O estudo mostrou que uma noite mal dormida pode não afetar diretamente a tolerância à glicose, mas a cafeína consumida após um sono fragmentado pode prejudicar esse controle glicêmico. Isso cria um dilema, pois após uma noite de sono ruim, muitas pessoas recorrem ao café para se manterem alertas.
Recomendações para Nutricionistas
Este artigo não visa proibir o consumo de café, mas destaca a importância de uma boa noite de sono, que é um pilar da Medicina do Estilo de Vida. Como nutricionista, é essencial ajudar seus pacientes a equilibrar preferências alimentares, atividades físicas e mudanças no estilo de vida para garantir que se mantenham alertas durante o dia, sem prejudicar o controle glicêmico.
Referência
- SMITH, Harry A.; HENGIST, Aaron; THOMAS, Joel; WALHIN, Jean-Philippe; HEATH, Philippa; PERKIN, Oliver; CHEN, Yung-Chih; GONZALEZ, Javier T.; BETTS, James A.. Glucose control upon waking is unaffected by hourly sleep fragmentation during the night, but is impaired by morning caffeinated coffee. British Journal Of Nutrition, [S.L.], v. 124, n. 10, p. 1114-1120, 1 jun. 2020. Cambridge University Press (CUP). http://dx.doi.org/10.1017/s0007114520001865.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.