Recomendações de vitamina D para crianças: atualização FAO/OMS

Em 2004, a FAO E OMS publicaram um requisito que refletia a indecisão de diversas táticas, com o objetivo de […]


Em 2004, a FAO E OMS publicaram um requisito que refletia a indecisão de diversas táticas, com o objetivo de compreender as necessidades nutricionais de forma interativa. Posteriormente, em 2019, FAO E OMS decidiram atualizar suas recomendações de gestão de nutrientes para bebês e crianças pequenas, de zero a quatro anos.  

A exposição à luz solar e a definição das necessidades de ingestão de vitamina D são desafiadoras por várias razões, especialmente porque é difícil quantificar a contribuição da luz solar para as concentrações de 25OHD na população em geral. Uma revisão destacou a 25OHD sérica como um marcador útil para o status de vitamina D em crianças pequenas. 

Duas revisões sobre o teor de vitamina D no leite materno e o volume de ejeção desse leite forneceram novos dados para a gestão.  

O objetivo deste trabalho foi detalhar a modelagem multinível e multivariada da resposta da 25OHD, calculada como a soma da ingestão de vitamina D da dieta base e dos suplementos ou intervenções alimentares. Quando os dados de ingestão de vitamina D não estavam disponíveis, foram imputados com base em dados nacionalmente representativos do mesmo país ou de um banco de dados dietético global, assumindo-se que esses dados substitutos fossem suficientemente semelhantes. 

Fonte: Canva

O impacto de potenciais variáveis na relação entre consumo e status de vitamina D foi testado com um modelo ajustado, utilizando uma abordagem stepwise. Análises de sensibilidade incluíram estudos que categorizavam participantes como deficientes em vitamina D no início do estudo. Apenas um estudo mencionou a inclusão de crianças deficientes em vitamina D, definida como tendo uma concentração sérica de 25OHD baixa. A ingestão de vitamina D foi medida considerando diversos fatores, como a dieta base e a suplementação alimentar, com métodos de imputação utilizados quando os dados estavam ausentes. 

Os limites séricos alvo de 25OHD para a derivação do nível individual de nutrientes (INL98) e recomendações de ingestão foram estabelecidos pela FAO/OMS. O INL98 destina-se a estimar a ingestão total de vitamina D necessária para manter indivíduos acima de uma certa concentração sérica de 25OHD, enquanto o UL (Upper Level) destina-se a prevenir concentrações séricas associadas a efeitos adversos, como hipercalcemia e hipercalciúria. Estes limites foram derivados de uma revisão sistemática que correlacionou a 25OHD com efeitos adversos, especialmente em crianças pequenas. 

Fonte: Canva

Modelos meta-regressivos dose-resposta foram utilizados para prever a resposta média de 25OHD sérica. Dados agregados dos ensaios clínicos randomizados (ECRs) foram analisados, com a ingestão total de vitamina D calculada como a soma da dieta base e suplementos. A ingestão de vitamina D foi imputada quando necessário, e para bebês amamentados exclusivamente, a ingestão de vitamina D foi estimada com base em revisões sistemáticas da FAO/OMS. Estes modelos consideraram a variabilidade interindividual e a relação causal entre ingestão de vitamina D e 25OHD sérica, fornecendo uma visão detalhada sobre como diferentes níveis de ingestão podem afetar as concentrações séricas de 25OHD. 

A modelagem integrada considerou a variabilidade interindividual e a relação causal entre ingestão de vitamina D e 25OHD sérica. A percentagem de crianças pequenas que atingem os limiares séricos de 25OHD foi prevista para diferentes níveis de ingestão de vitamina D. A análise destacou lacunas importantes na pesquisa, como a falta de dados de África e América do Sul e a necessidade de mais estudos sobre o impacto da etnia, exposição solar e prematuridade nas estimativas de ingestão de vitamina D. 

Em conclusão, esta análise forneceu novas estimativas globais das necessidades de ingestão de vitamina D para crianças menores de quatro anos, que podem ser ajustadas para contextos locais, considerando contribuições adicionais da exposição solar. Essas estimativas são essenciais para a formulação de políticas de saúde pública e podem ajudar a prevenir deficiências nutricionais em populações vulneráveis. 

Além disso, os dados indicam que a ingestão de vitamina D deve ser cuidadosamente monitorada e ajustada conforme necessário para garantir que as concentrações séricas de 25OHD permaneçam dentro dos limites desejados, minimizando o risco de efeitos adversos à saúde. A implementação dessas recomendações exige uma abordagem multifacetada, incluindo educação nutricional, fortificação de alimentos e, em alguns casos, suplementação direta, especialmente em populações com baixa exposição ao sol ou com dietas pobres em vitamina D. 

Portanto, é crucial continuar a pesquisa nesta área para preencher as lacunas existentes no conhecimento e melhorar as estratégias de intervenção nutricional. Estudos futuros devem focar em populações sub-representadas e considerar variáveis adicionais, como genética, hábitos alimentares regionais e mudanças sazonais, para desenvolver recomendações mais precisas e eficazes. 

Adicionalmente, as análises indicam que a variabilidade individual na resposta à ingestão de vitamina D é significativa. Portanto, a personalização das recomendações pode ser necessária em certos contextos. Fatores como o uso de protetor solar, a vestimenta e a quantidade de tempo passado ao ar livre também podem influenciar as necessidades de vitamina D e devem ser considerados ao fazer recomendações dietéticas. 

Outro ponto importante é a avaliação contínua e o monitoramento das políticas de fortificação de alimentos com vitamina D. Estudos de intervenção mostram que a fortificação de alimentos básicos pode ser uma estratégia eficaz para aumentar a ingestão de vitamina D em populações amplas, especialmente em regiões com baixa exposição ao sol. No entanto, a eficácia dessas políticas depende da escolha adequada dos alimentos a serem fortificados, das concentrações de vitamina D utilizadas e da aceitação desses alimentos pela população. 

Por consequente, a colaboração internacional é fundamental para abordar as lacunas na pesquisa e implementar políticas eficazes de saúde pública. Organizações globais como a FAO e a OMS desempenham um papel crucial na coordenação de esforços de pesquisa, na definição de diretrizes e na promoção de políticas que possam ser adaptadas aos contextos locais. A harmonização das metodologias de pesquisa e a padronização dos indicadores de status de vitamina D são passos importantes para melhorar a comparabilidade dos dados e a eficácia das intervenções nutricionais em escala global. 

Vale ressaltar que a prática nutricional desempenha um papel crucial na garantia de uma ingestão adequada de vitamina D, vital para a saúde infantil. O nutricionista pode fornecer orientações personalizadas com base em uma compreensão detalhada das diversas variáveis que influenciam o status de vitamina D. Através de pesquisa contínua, vigilância e adaptação das políticas às necessidades específicas das populações, o nutricionista assegura que as recomendações sejam eficazes e adequadas para seus pacientes. 

Referências bibliográficas

  • Rios-Leyvraz M, Martino L, Cashman KD. The Relationship Between Vitamin D Intake and Serum 25-hydroxyvitamin D in Young Children: A Meta-Regression to Inform WHO/FAO Vitamin D Intake Recommendations. The Journal of Nutrition [Internet]. 2024 Jun 1 [cited 2024 Jun 11];154(6):1827–41. Available from: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022316624002347?via%3Di

Deixe um comentário

Já pensou em anunciar na comunidade nutricional mais relevante do Brasil?
This is default text for notification bar