Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão desenvolvendo uma inovação no campo da alimentação saudável: o feijão geneticamente modificado para reduzir os gases e desconfortos digestivos causados pelo consumo do alimento.
Essa inovação foi possível graças ao uso da tecnologia CRISPR (sigla em inglês para Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas), os cientistas conseguiram modificar o DNA do feijão para inibir a produção de substâncias, como a rafinose e a estaquiose, que são responsáveis pelos incômodos intestinais, como flatulências e sensação de inchaço.
O Problema dos Gases no Feijão
O desconforto causado pelo feijão, como flatulências e sensação de inchaço, ocorre devido à presença da rafinose, um tipo de carboidrato que o corpo humano não consegue digerir completamente. Quando não digerido, esse carboidrato chega ao intestino grosso, onde é fermentado pelas bactérias intestinais, liberando gases.
Com o uso da ferramenta CRISPR, os pesquisadores da Embrapa conseguiram desativar os genes que produzem esses carboidratos, eliminando a fonte do problema. Essa edição genética promete fazer do feijão um alimento mais digestivo, sem causar os desconfortos normalmente associados à sua ingestão.
O Futuro: O que Esperar do Feijão Modificado?
A nova variedade de feijão, que promete ser mais digestiva, ainda está em desenvolvimento e deverá estar disponível em um período de cinco a oito anos.
Durante esse tempo, os cientistas continuarão a realizar aprimoramentos para garantir que os genes responsáveis pelos carboidratos difíceis de digerir sejam completamente desativados, oferecendo um produto que atende tanto às necessidades dos consumidores quanto dos produtores.
Alternativas Simples para Reduzir os Gases no Feijão
Embora o feijão geneticamente modificado ainda esteja em fase de desenvolvimento, uma solução simples para indicar aos pacientes é o remolho.
Deixar o feijão de molho antes do cozimento é uma prática que ajuda a reduzir os efeitos dos gases, já que elimina parte das substâncias antinutricionais presentes no grão. Existem duas formas de remolho eficazes:
- Remolho de 12 horas: O feijão é deixado de molho em água por 12 horas, com a troca de água uma vez. Esse processo ajuda a hidratar o feijão e eliminar substâncias que dificultam a digestão.
- Molho rápido: O feijão é levado à fervura por alguns minutos e depois deixado descansar por uma hora antes de ser cozido. Essa técnica também auxilia na liberação de nutrientes e redução de antinutrientes como o fitato, que pode interferir na absorção de minerais e causar desconforto digestivo.
Com o avanço da pesquisa genética, o feijão do futuro promete ser mais fácil de digerir, sem renunciar seus benefícios nutricionais. Além disso, práticas simples como o remolho podem ajudar seus pacientes a melhorarem a digestão e reduzir os gases. A combinação de inovações tecnológicas com métodos tradicionais pode transformar a experiência de consumo deste alimento essencial, trazendo mais conforto e nutrição.
E você, nutri, o que acha dessa novidade? Acha que vai ajudar seus pacientes? Compartilhe sua opinião conosco nos comentários.
Referências
- Edição gênica melhora a digestibilidade do feijão [Internet]. Embrapa.br. 2017 [cited 2024 Dec 2]. Available from: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/95310397/edicao-genica-melhora-a-digestibilidade-do-feijao
- Valbão M. Feijão geneticamente modificado é criado para inibir gases; entenda [Internet]. CNN Brasil. 2024 [cited 2024 Dec 2]. Available from: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/feijao-geneticamente-modificado-e-criado-para-inibir-gases-entenda/
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