A Obesidade é uma das mais presentes doenças crônicas não transmissíveis. Caracterizada pelo excesso de peso, ela é um ponto de atenção da saúde pública, uma vez que sua prevalência vem aumentando de forma exponencial, pelo mundo todo; ainda, ela é precursora de maiores condições e desfechos de saúde, como a síndrome metabólica E é, principalmente, por conta dessa característica precursora de doenças da obesidade que ela se torna tão perigosa à saúde, já que aumenta fortemente os riscos cardiovasculares, de desenvolvimento de Diabetes Melito tipo II, entre outros. Mas como a obesidade e excesso de peso podem influenciar em tantos outros aspectos de saúde?!Uma das principais consequências do excesso de peso é o desenvolvimento de uma inflamação crônica. Os adipócitos são células capazes de produzir proteínas de ação endócrina, sendo assim, mudanças nesse tecido têm potencial de afetar os mais diversos órgãos e a homeostase do corpo humano. Obesidade como doença inflamatóriaComo já colocado anteriormente, as células do tecido adiposo são secretoras de proteínas, dentre elas substâncias que assumem caráter pró-inflamatório como o TNFα (fator de necrose tumoral), proteínas de quimioatração para monócitos (MCP1) e interleucina 6 (IL 6).Essas substâncias pró-inflamatórias são secretadas de forma crônica e geram uma inflamação de baixo grau, o que resulta não apenas numa inflamação que não é detectada por exames laboratoriais, mas também que não são sensíveis aos fármacos tradicionais. Além disso, em 2006, Shi et al.10 demonstraram que ácidos graxos oriundos da dieta também poderiam iniciar o processo inflamatório ao serem reconhecidos por receptores específicos do tipo Toll (TLR).Tanto na obesidade em si, quanto no consumo excessivo de ácidos graxos saturados, o que acontece é que estes são reconhecidos por uma proteína de membrana (MD2) que os apresenta aos receptores TLR, ativando-os. Tais receptores sinalizam o interior das células, resultando em alterações conformacionais de novas proteínas subsequentes. A proteína IKK é ativada, afetando também a proteína NFkB (fator nuclear kappa B); está, quando no núcleo, dá início à transcrição de genes que têm relação com as proteínas do processo inflamatório. Com isso, podemos observar que toda essa cascata de ativação de proteínas culmina na ativação de proteínas pró-inflamatórias, tal qual o TNFα e IL 6, já comentados por aqui.Algumas dessas proteínas ainda se ligam aos seus próprios receptores e atuam de forma autócrina, ou seja, há o aumento do sinal inflamatório. O desfecho da inflamaçãoA inflamação é uma medida do nosso organismo necessária à nossa sobrevivência, é a partir dela que somos capazes de combater microrganismos e outras substâncias patológicas. Entretanto, a manutenção da inflamação a longo prazo é danosa à célula, podendo levá-la à morte. Além disso, como visto anteriormente a inflamação interfere na secreção de diversas proteínas e acaba por afetar outros processos do corpo humano e sua homeostase, acarretando em piores desfechos de saúde. Sendo assim, é extremamente importante que nós nutricionistas tenhamos um olhar atento não só ao tratamento e manutenção da obesidade, mas sim a sua prevenção, uma vez que está doença é uma grande precursora de pioras na saúde do indivíduo e população como um todo.
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