Consumo de adoçantes e sua relação com a saúde feminina

Tempo de leitura: 5 minutos Os adoçantes surgiram como uma solução inovadora para satisfazer o desejo humano por doces, enquanto […]


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Os adoçantes surgiram como uma solução inovadora para satisfazer o desejo humano por doces, enquanto se contorna o problema do alto consumo de açúcar e suas consequências para a saúde.

Seu uso tornou-se cada vez mais popular entre aqueles que buscam controlar a ingestão de açúcar, seja por motivos de saúde, como diabetes e obesidade, ou por preferência pessoal.  

Eles são substâncias capazes de adoçar alimentos e bebidas com pouca ou nenhuma caloria adicionada, podendo ser de origem natural, como stevia e xilitol ou artificial, como aspartame, sacarina e sucralose. 

O uso de edulcorantes torna-se seguro considerando sua ingestão com base nos valores de Ingestão Diária Aceitável – IDA e são aprovados por órgãos reguladores em todo o mundo, como Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA), Federal Drug Administration (FDA) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária – (Anvisa). 

Ingestão Diária Aceitável de Adoçantes 

A Ingestão Diária Aceitável (IDA) de adoçantes é um valor estabelecido por autoridades de saúde em todo o mundo, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para indicar a quantidade segura que uma pessoa pode consumir diariamente ao longo da vida sem riscos à saúde. 

Esses limites são estabelecidos com base em estudos que determinam o nível máximo de consumo diário considerado seguro e são expressos em miligramas por quilograma de peso corporal. 

A IDA varia consideravelmente entre os diferentes tipos de adoçantes, refletindo a diversidade em sua composição e potência de adoçamento. 

Abaixo, listamos alguns dos edulcorantes aprovados pela ANVISA e as respectivas IDAs, considerando uma pessoa de 70kg. 

EDULCORANTE INGESTÃO DIÁRIA ACEITÁVEL MEDIDA CASEIRA 
Aspartame 2800 mg (40 mg/Kg/dia) • 210 Sachês de 0,8g 
• 504 Colheres de Sopa 
• 3360 Gotas 
Sacarina 350 mg (5 mg/Kg/dia) • 35 Sachês de 0,8g 
• 63 Colheres de Sopa 
• 420 Gotas
Stévia 280 mg (4 mg/Kg/dia) • 25 Sachês de 0,8g 
• 53 Colheres de Sopa  
• 356 Gotas 
Sucralose 1050 mg (15 mg/Kg/dia)• 75 Sachês de 0,8g 
• 75 Colheres de Sopa 
• 500 Gotas 

Prevalência de consumo do Brasil

No Brasil, a adoção de adoçantes demonstra uma interessante dinâmica de gênero, com estudos indicando uma prevalência maior de consumo entre mulheres em comparação aos homens. 

Essa diferença pode ser atribuída a uma variedade de fatores, incluindo uma maior preocupação das mulheres com a saúde e o controle de peso, assim como uma tendência maior entre o público feminino a seguir dietas e regimes alimentares específicos. 

Esse padrão de consumo reflete não apenas diferenças culturais e sociais, mas também a influência da mídia e do marketing na percepção e nas escolhas alimentares relacionadas à saúde. 

Consumo de adoçantes e sua relação na saúde feminina

O consumo de adoçantes tem sido uma temática debatida e estudada nos últimos anos, especialmente em relação à sua influência na saúde feminina. Com a crescente busca por alternativas ao açúcar tradicional, é fundamental compreender os impactos desses adoçantes na saúde das mulheres. 

Mulheres, ao longo de diferentes fases da vida, enfrentam considerações específicas relacionadas ao consumo de adoçantes. Questões como saúde e bem-estar, controle de peso, fertilidade, gestação, lactação e condições hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), requerem uma análise cuidadosa.  

Confira abaixo alguns pontos que podem ilustrar a relação entre o consumo de adoçantes e o público feminino: 

Controle de Peso: Muitos indivíduos, incluindo mulheres, utilizam os adoçantes como uma estratégia para controlar ou reduzir o peso, uma vez que os adoçantes fornecem o sabor doce sem as calorias associadas ao açúcar. 

Segundo o estudo realizado para comparar o consumo de açúcar, stévia ou placebo em adultos, foi observado que a stévia reduz a sensação de apetite e não aumenta ainda mais a ingestão alimentar e os níveis de glicose pós-prandial, podendo ser uma estratégia na prevenção e gestão da obesidade e da diabetes. 

Saúde e Bem-estar: Algumas mulheres optam por adoçantes na tentativa de adotar escolhas alimentares mais saudáveis, especialmente aquelas com condições de saúde como diabetes, onde a gestão da glicose sanguínea é crucial. 

Gravidez e Lactação: Durante a gravidez e a lactação, as mulheres podem estar particularmente atentas à sua dieta e à segurança dos adoçantes, optando por limitar ou modificar o consumo dessas substâncias para garantir a saúde do bebê.  

Segundo um realizado que buscou identificar o uso de adoçantes dietéticos por usuários da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde do Brasil, mencionou que estudos em outros países mostraram o uso de adoçantes dietéticos por gestantes ou lactantes e a presença de adoçantes no leite materno, ressaltando a importância de considerar possíveis implicações para a saúde. 

Portanto, é essencial que as gestantes e lactantes consultem um profissional de saúde antes de decidir sobre o consumo de adoçantes, considerando os potenciais riscos e benefícios. 

Qual o papel do nutricionista na orientação do uso de adoçantes?

Nutricionistas desempenham um papel crucial na orientação de pacientes sobre o uso seguro e eficaz de adoçantes. Eles podem fornecer informações valiosas sobre os diferentes tipos de adoçantes, suas IDAs, e como integrá-los de maneira saudável na dieta. 

Além disso, o nutricionista pode orientar os pacientes sobre como ler os rótulos dos alimentos e identificar a presença de adoçantes artificiais, naturais ou açúcares adicionados, auxiliando-os na escolha de produtos que se alinhem com seus objetivos de saúde e nutrição. 

Ao personalizar recomendações com base nas necessidades individuais, condições de saúde, e objetivos de bem-estar, os nutricionistas ajudam seus pacientes a fazerem escolhas informadas e conscientes. Além disso, podem desmistificar mitos e fornecer estratégias práticas para a substituição do açúcar, enfatizando a importância de uma abordagem equilibrada para a alimentação e a saúde.  

Para pacientes com condições específicas, como diabetes, o nutricionista pode elaborar planos de alimentação personalizados que incluam adoçantes seguros, ajudando a manter o controle glicêmico sem sacrificar o sabor doce que muitos desejam. Este acompanhamento individualizado é essencial para garantir que o uso de adoçantes contribua positivamente para o manejo da doença e para a qualidade de vida do paciente. 

Em suma, é vital explorar as descobertas mais recentes para fornecer uma visão completa sobre os potenciais benefícios e riscos associados ao uso de adoçantes, particularmente no contexto da saúde feminina. 

Diante da complexidade envolvida no uso de adoçantes e suas implicações na saúde da mulher, o papel do nutricionista torna-se crucial, pois são profissionais capacitados para orientar na escolha de adoçantes adequados, considerando fatores individuais, necessidades nutricionais e objetivos de saúde específicos para cada paciente. 

Por fim, ao adotar uma abordagem holística, os nutricionistas podem ajudar as mulheres a tomar decisões informadas sobre o uso de adoçantes, promovendo uma alimentação equilibrada que atenda às suas necessidades nutricionais e metas de saúde específicas. À medida que mais pesquisas são realizadas, é provável que nossa compreensão sobre os adoçantes e seu lugar na nutrição continue a evoluir, guiando melhores práticas para seu consumo. 

Nutri, pensando no seu aprimoramento, convidamos você a ler, baixar e assistir outros conteúdos sobre a temática de adoçantes, para ampliar ainda mais a sua prática no consultório. 

Artigo: Desvendando os adoçantes: novas perspectivas e segurança.

E-book: “Adoçantes em foco: Conduta na prática clínica”, escrito pela Nutricionista Lara Natacci.

O e-book aborda conceitos importantes para você aplicar em sua prática clínica, como: Limites de Ingestão Diária Aceitável (IDA); Mitos e verdades; Receitas; Guia prático dos adoçantes e muito mais. 

Masterclass: Adoçantes: Dulçor e Ciência, ministrada pela Nutricionista Lara Natacci.

A Masterclass sobre adoçantes, aborda os impactos na saúde, regulamentação e segurança em seu uso, explica a nova recomendação da Organização Mundial da Saúde e desmistifica os mitos mais comuns.

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Referências Bibliográficas 

  • BRASIL. Instrução normativa nº 24, de 30 de agosto de 2012. DF: Diário Oficial da União, 2012. 
  • Arrais PSD et al.  Utilização de adoçantes no Brasil: uma abordagem a partir de um inquérito domiciliar. Cad. Saúde Pública 2019; 35(11):e00010719. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/WCC4gYwdmXWtHdQcTNRYVdp/. Acesso em: 12 mar. 2024. 
  • FARHAT, Grace; BERSET, Victoria; MOORE, Lauren. Effects of Stevia Extract on Postprandial Glucose Response, Satiety and Energy Intake: a three-arm crossover trial. Nutrients, [S.L.], v. 11, n. 12, p. 3036, 12 dez. 2019. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/nu11123036. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31842388/. 
  • Evaluations of the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA). Acesso em: 29/12/2016. Disponível em: http://apps. who.int/food-additives-contaminants-jecfadatabase/search.aspx?fc=66 5. 
  • BIANCHI, M. Avaliação dos níveis de ingestão diária de edulcorantes pelo consumo de adoçantes líquidos de mesa. UNICAMP, 2012. 
  • Paz B. M, , Costa E. A. Uso de adoçantes dietéticos por usuários da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde, Brasil. Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia [Internet]. 2021;9(3):137-148.

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