O sódio e a hipertensão neurogênica: descobertas recentes da ciência

não é novidade para você que a hipertensão arterial sistêmica está diretamente relacionada com o consumo elevado e de modo crônico do sódio dietético.  Agora, o que pode ser inédito é a conclusão de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) a respeito dessa condição: parte do sódio consumido consegue ficar retido no sistema nervoso central, levando ao desenvolvimento da doença.  Com a Academia da Nutrição, você sempre fica por dentro das atualizações da ciência e da nutrição, dos Conselhos Federais e Regionais de Nutrição, dos lançamentos do mercado de alimentos, bebidas e comidas, e de muito mais! Continue lendo para entender melhor o que os estudos concluíram.   Por dentro dos achados Os pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP investigaram o desenvolvimento de hipertensão em ratos albinos que consumiram sódio em excesso. Neles, Observou-se um acúmulo do mineral no líquor, líquido responsável por irrigar e proteger o sistema nervoso central.  Eles presumem que este é o caminho para compreender melhor a etiologia da hipertensão neurogênica, aquela que relaciona o alto consumo de sódio com alterações neurológicas.  A presença de sódio no líquor pode ser uma das causas não apenas de doenças cardiovasculares, mas também de doenças neurodegenerativas e, com um esclarecimento cada vez maior destes mecanismos, é possível desenvolver maneiras de prevenir e até mesmo tratar patologias atualmente sem cura. A partir desses trabalhos, foram publicados dois artigos inéditos e que você pode conferir na íntegra clicando nos links abaixo: Salt-loading promotes extracellular ATP release mediated by glial cells in the hypothalamic paraventricular nucleus of rats  Short exposure to high salt in drinking solution leads to a cardiovascular phenotype of hypertension without changes in the blood volume of rats   Aprofunde-se mais no assunto  Enquanto isso, Nutricionista, a máxima da redução do consumo de sódio ainda vale como manejo para os seus pacientes. Lembrando que, de acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020), a recomendação atual é o limite de: 2.000 mg/dia para adultos saudáveis; 1.500 mg/dia para adultos com hipertensão arterial, patologias correlacionadas ou em alto risco de desenvolvimento.  Para se aprofundar mais no assunto, você pode conferir alguns dos últimos conteúdos publicados pela Academia da Nutrição a respeito das doenças cardiovasculares:  Alimentação e doença cardiovascular (DCV): o que temos de mais atual Associação entre diferentes tipos de dieta e doenças cardiovasculares  Dieta Dash e aplicação prática para prevenção de doenças cardiovasculares  Não deixe de explorar o guia “Parâmetros globais de sódio da OMS para diferentes categorias de alimentos”, lançado em 2021 pela Organização Mundial da Saúde e direcionado aos países e indústrias, o objetivo é a meta de redução de sódio em 30% nos alimentos processados até 2025.   Além disso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia conta com diversas diretrizes a respeito do manejo das doenças cardiovasculares, e que você pode sempre consultar quando se deparar com um paciente cardiopata, Nutri!   Compartilhe esses novos achados da ciência com outros Nutricionistas clínicos que sempre estão em busca de atualização!  Referências bibliográficas JORNAL DA USP. Acúmulo de sódio no cérebro pode ser uma das causas da hipertensão. Jornal da USP [Internet]. 2021 [acesso em 24 de abril de 2023]. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/acumulo-de-sodio-no-cerebro-pode-ser-uma-das-causas-da-hipertensao/. Organização Mundial da Saúde. OMS lança novos parâmetros para reduzir ingestão de sal. ONU Brasil [Internet]. 2013 [acesso em 24 de abril de 2023]. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/126389-oms-lan%C3%A7a-novos-par%C3%A2metros-para-reduzir-ingest%C3%A3o-de-sal#:~:text=A%20maioria%20das%20pessoas%20consome,de%20pessoas%20a%20cada%20ano.  Sociedade Brasileira de Cardiologia. Departamento de Hipertensão Arterial. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. São Paulo: Sociedade Brasileira de Cardiologia; 2020. Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/sbc-dha/profissional/pdf/Diretriz-HAS-2020.pdf.