A prevalência de obesidade tem aumentado de maneira epidêmica entre crianças e adolescentes nas últimas quatro décadas e, atualmente, representa um grande problema de saúde pública no mundo.
Globalmente, cerca de 40 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos apresentam sobrepeso ou obesidade.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a obesidade é definida como condição crônica multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, acarretando prejuízos à saúde (WHO, 2020).
A obesidade como condição multifatorial
A obesidade engloba uma série complexa de fatores causais, que podem ser: Genéticos, Ambientais, Individuais e Comportamentais.
Os fatores genéticos podem levar a um aumento no risco de obesidade em crianças, por meio do que chamamos de epigenética.
Crianças com ambos os pais com obesidade, apresentam cerca de dez vezes mais chances de desenvolverem obesidade quando comparadas a crianças com pais que apresentam peso adequado.
Dentre os fatores individuais e comportamentais, podemos destacar: a ausência ou curta duração do aleitamento materno; o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, densamente calóricos, ricos em gorduras, açúcares e sódio; a inatividade física, aumento do comportamento sedentário e sono inadequado.
Sabe-se que o principal elemento para o aumento da prevalência da obesidade nas populações é o ambiente cada vez mais obesogênico, e não as mutações genéticas.
Riscos associados a obesidade na infância e na adolescência
A obesidade infantil está associada a uma maior chance de morte prematura, manutenção da obesidade e incapacidade na idade adulta.
Você já pode ter identificado na prática clínica algum paciente com história de vida de obesidade desde a infância ou desde a fase de adolescente.
Não é um histórico incomum… Mas, além de aumentar os riscos futuros, crianças e adolescentes com obesidade podem apresentar: dificuldades respiratórias, aumento do risco de fraturas, agravos ósteo articulares, hipertensão arterial sistêmica, marcadores precoces de doenças cardiovasculares, resistência à insulina, câncer efeitos psicológicos, como baixa autoestima, isolamento social e transtornos alimentares, dentre outros.
Deste modo, as repercussões da obesidade acontecem em toda a fase de crescimento e desenvolvimento da criança e do adolescente e podem permanecer a curto, médio e longo prazo.
As principais consequências da obesidade em crianças e adolescentes ao longo da vida são de diversas ordens, englobando fatores psicológicos e biológicos.
Diagnóstico e prevenção devem ser precoces
O diagnóstico de obesidade na infância pode ser realizado utilizando as medidas de peso, altura, data de nascimento e sexo.
A partir desses dados, calcula-se o IMC (peso/altura²) e, em seguida, realiza-se a classificação do estado nutricional da criança ou adolescente, de acordo com a idade e o sexo.
Mas vai além do cálculo e da matemática! É fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos à identificação e abordagem do excesso de peso, para que possam atuar na prevenção das suas consequências.
O acompanhamento do estado nutricional de crianças e adolescentes é fundamental tanto para o diagnóstico como para a prevenção do sobrepeso e obesidade.
É importante dar atenção não só à mudança da classificação do estado nutricional, mas também à velocidade do ganho de peso mesmo antes de atingir a classificação de sobrepeso ou obesidade.
O papel fundamental do Nutricionista
A promoção da alimentação adequada e saudável faz parte da promoção de saúde e envolve estratégias para o incentivo de práticas alimentares saudáveis.
Lembrando que, identificando-se a necessidade de cuidado com o peso e outros comportamentos alimentares, o planejamento e acompanhamento do crescimento na infância e adolescência deve ser realizado por um nutricionista ou equipe multiprofissional qualificada para esta ação.
Recentemente publicamos aqui na plataforma um artigo sobre: Enfrentando a obesidade em adolescentes na América Latina, em que falamos nas medidas governamentais e métodos adotados no combate à obesidade nessa população.
E para que você, Nutricionista, possa enriquecer ainda mais suas condutas acerca da obesidade na criança e no adolescente, a Academia da Nutrição quer compartilhar com você a qualificação do UNA-SUS: Cuidado da Criança e Adolescente com Sobrepeso e Obesidade na Atenção Primária à Saúde
Os cursos do UNA-SUS também são gratuitos, e constituem mais uma oportunidade para você se certificar nos mais diversos temas na área da saúde, desenvolvidos por Instituições de Ensino Superior que compõem a Rede UNA-SUS, e pela Secretaria Executiva. Confira essa dica da Academia da Nutrição e aproveite para se atualizar!
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Referência Bibliográfica
- Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) [homepage na internet]. Cuidado da Criança e Adolescente com Sobrepeso e Obesidade na Atenção Primária à Saúde [acesso em 10 dez 2021]. Disponível em: https://www.unasus.gov.br/cursos/curso/46641 BRASIL. Ministério da Saúde.
- Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição. Livro do Curso Cuidado da Criança e Adolescente com Sobrepeso e Obesidade na Atenção Primária à Saúde. Santa Catarina: SC. Universidade Federal de Santa Catarina, 2021. Disponível em: https://unasus-quali.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1254524/mod_resource/content/5/livro%20do%20curso.pdf
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