Aproximadamente 80% dos Nutricionistas são favoráveis à indústria de alimentos e bebidas, e estão cada vez mais confiando no que as empresas alegam sobre os seus produtos. Esse dado foi obtido através da pesquisa de opinião que a Academia da Nutrição realizou com profissionais da nutrição em 2023.
Os resultados, apresentados durante o BHB Festival 2023, oferecem insights exclusivos sobre a interação entre os Nutricionistas e as marcas do setor, com essa crescente colaboração por parte dos profissionais resultando nas constantes melhorias do mercado. Para acessar os principais destaques dessa pesquisa, confira o artigo a seguir.
Nutricionistas e seu relacionamento com a indústria, sob o olhar da pesquisa em 2023
A todo momento estamos influenciando aqueles ao nosso redor, seja em uma escala macro ou micro. Da mesma maneira, o Nutricionista atua como um agente formador de opinião, um dos principais dentro da área da saúde.
Esse é um conceito que já está bem estabelecido, e que reforça a importância de continuarmos a conversar com esses profissionais e entendermos opinião deles, que influenciará diretamente nas demandas dos pacientes e consumidores dos produtos.
Em 2023, a pesquisa de opinião da Academia da Nutrição atingiu aproximadamente 1.000 profissionais respondentes de todo país, predominando aqueles situados na região sudeste. Os nichos de nutrição clínica e emagrecimento continuam a corresponder à área de atuação de metade dos profissionais, seguido por comportamento alimentar, esportiva e nutrição funcional, mostrando uma maior procura pelas abordagens não prescritivas e que priorizam mudanças comportamentais.
Cerca de 80% dos Nutricionistas se consideram simpatizantes ou a favor da indústria de alimentos. E mesmo aqueles que se consideram críticos trazem o entendimento de não ser mais possível viver sem produtos industrializados, e destacam a busca por empresas que promovam maior saudabilidade e tenham compromisso com a sustentabilidade.
Nessa edição da pesquisa, apenas 3% dos entrevistados alegaram não recomendar nenhum tipo de produto industrializado aos seus pacientes. Os demais recomendam marcas alinhadas às suas condutas e demandas de cada paciente.
Os Nutricionistas avaliaram, em uma escala de 1 a 10, o grau de confiança nas informações fornecidas pelas marcas de alimentos e bebidas no Brasil. Considerando que 1 corresponde a “não confio em nenhuma informação veiculada” e 10 a “confio em todas as informações disponíveis”, as notas foram positivas e predominaram entre 7 e 8.
Os participantes também responderam sobre o que consideram mais importante na escolha de um produto. Porém, pedimos que opinassem não somente sob o ponto de vista de profissional de Nutrição, mas também de consumidor do mercado.
Na qualidade de Nutricionista, o que eles mais levam em consideração é a lista de ingredientes, seguida pela quantidade de aditivos e tabela nutricional, e a minoria observa se é orgânico ou não.
Já pensando na posição de consumidor, o Nutricionista considera ser prioridade a escolha pelo preço do produto, seguido por sabor e lista de ingredientes, e a minoria considera a tabela nutricional e a aparência da embalagem.
Revista Veja Saúde trazendo as preferências dos consumidores
De maneira simultânea e complementar, a Revista Veja Saúde, cuja audiência está pautada entre a tendência e a ciência, realizou uma pesquisa online com 104 leitores com objetivo de checar suas percepções e comportamento, e estabelecer um diálogo comparativo com as respostas obtidas pelos Nutricionistas através da Academia da Nutrição.
Dentre os respondentes, 70% são mulheres e se concentram nas classes B e C da região sudeste. Seus entendimentos em relação à indústria diferem dos Nutricionistas, uma vez que 40% do total se mostra favorável e 23% é contra.
Para os entrevistados, o ingrediente que mais causa preocupação é o açúcar, seguido por gordura e sal/sódio. Metade deles alegou utilizar algum tipo de suplemento alimentar, e 30% consideram a sustentabilidade ao comprar um produto.
Lista de ingredientes, tabela nutricional, seguidos igualmente por preço e sabor, são os fatores que mais influenciam nos consumidores ao comprar um alimento. Entretanto, critérios finais que mais pesam para escolher um produto são selos e certificações, redução do desperdício e embalagem reciclável/retornável.
Ainda, metade dos entrevistados alegou que suas escolhas alimentares são motivadas pela busca de um equilíbrio entre prazer e saúde, evidenciando o importante papel que o Nutricionista possui nessa construção.
A Revista Veja Saúde vem trabalhando pautas voltadas para sustentabilidade, bem-estar coletivo, one health, causas e ativismos e, principalmente, inovação, conceitos relacionados diretamente com os princípios da Academia da Nutrição e do grupo Equilibrium Latam.
Aproveite para acessar a reportagem “No labirindo da nutrição”, que explora as 15 principais tendências do universo da alimentação e nutrição.
Os primeiros passos da Academia da Nutrição
A nossa primeira pesquisa de opinião foi realizada em Agosto de 2021, no início da Academia da Nutrição, e contou com 200 respostas de Nutricionistas formados. Desse total, metade atuava nos nichos de nutrição clínica e emagrecimento, seguidos por esportiva, comportamento alimentar e nutrição funcional, respectivamente.
A grande maioria dos respondentes encontrava-se na região sudeste do país, com predomínio do estado de São Paulo, e quase 100% eram simpatizantes das indústrias alimentícia, farmacêutica e de bem-estar no geral.
Sobre o grau de confiança nas informações fornecidas pelas marcas de alimentos e bebidas no Brasil, pergunta realizada também nas edições anteriores da pesquisa, a maioria dos Nutricionistas avaliaram com notas entre 7 e 8, dado que se repetiu nos anos seguintes com amostragens maiores.
Ainda, 6% dos participantes alegaram não recomendar ou consumir nenhum tipo de produto industrializado. E, de maneira geral, lista de ingredientes, proposta nutricional e ausência de aditivos são os critérios mais importantes e considerados no momento de indicar um produto aos pacientes.
Mesmo que a amostragem tenha sido menor, essa pesquisa foi um marco para que a Academia da Nutrição conhecesse os profissionais que começavam a acompanhá-la e, assim, direcionar os conteúdos para suprir as demandas e interesses dos Nutricionistas.
Após 2 anos e meio desde o seu lançamento, a Academia da Nutrição mantém um diálogo contínuo com Nutricionistas e estudantes, utilizando pesquisas periodicamente para compreender a dinâmica da indústria de alimentos e bebidas sob a perspectiva desses profissionais.
Agradecemos imensamente a todos que dedicaram parte do seu tempo compartilhando o que pensam e como se relacionam com os produtos disponíveis no mercado. Essa participação e posicionamento é de extrema importância para a construção de uma indústria mais saudável!
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