O Diabetes Mellitus é uma doença crônica degenerativa que, ao longo dos anos, se tornou uma grande preocupação de saúde pública, especialmente no Brasil, onde milhões de pessoas convivem com essa condição. A doença, caracterizada pela hiperglicemia (elevada glicose no sangue), ocorre devido à deficiência na produção ou na ação da insulina, um hormônio essencial para o metabolismo da glicose.
Tipos de Diabetes Mellitus
Existem vários tipos de diabetes, e cada um possui causas, evolução clínica e tratamentos distintos:
- Diabetes tipo 1 (insulina dependente) – caracteriza-se pela ausência de produção de insulina pelo pâncreas.
- Diabetes tipo 2 (não insulina dependente) – ocorre quando o corpo se torna resistente à insulina ou não a utiliza adequadamente.
- Diabetes gestacional – desenvolve-se durante a gravidez e geralmente desaparece após o parto, mas pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 no futuro.
- Diabetes associado a outras condições ou síndromes – pode ocorrer devido a outras condições médicas.
Fatores de Risco para o Desenvolvimento de Diabetes Mellitus
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes incluem:
- História familiar de diabetes
- Obesidade (especialmente o excesso de gordura abdominal)
- Idade superior a 45 anos
- Hipertensão (pressão alta)
- História de diabetes gestacional
- Nascimentos de bebês com mais de 4,5 kg
Além disso, o sedentarismo, a alimentação inadequada e o envelhecimento da população são fatores que contribuem para o aumento da prevalência da doença, especialmente o diabetes tipo 2.
Diagnóstico do Diabetes Mellitus
O diagnóstico é feito por meio da identificação de sinais e sintomas típicos, como:
- Poliúria (aumento da frequência urinária)
- Polidipsia (sede excessiva)
- Polifagia (fome excessiva)
- Perda inexplicada de peso (mais comum no tipo 1)
Além disso, o diagnóstico pode ser confirmado com a realização de exames, como:
- Glicemia casual (medição da glicose a qualquer hora do dia)
- Glicemia de jejum
- Teste de tolerância à glicose com sobrecarga de 75g (TTG), realizado duas horas após ingestão de glicose
- Hemoglobina glicada (HbA1c), que indica a média da glicose nos últimos 3 meses
Tratamento e Autocuidado no Diabetes Mellitus
O tratamento de diabetes, especialmente o tipo 2, envolve adotar hábitos de vida saudáveis, como:
- Alimentação balanceada e controle do peso
- Prática regular de atividades físicas
- Abandono do tabagismo
O nutricionista desempenha um papel fundamental nesse processo, pois sua orientação ajuda no controle glicêmico, além de colaborar no controle de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares e complicações do diabetes.
O tratamento farmacológico pode ser necessário, mas, no diabetes tipo 2, o foco inicial é na modificação do estilo de vida. No caso de diabetes tipo 1, é comum o uso de insulina de forma contínua e ajustada conforme as necessidades do paciente.
Atenção Básica e Educação no Autocuidado
A atenção básica é essencial para o manejo da diabetes, com foco no autocuidado do paciente. A educação nutricional e a conscientização sobre a importância de mudanças no estilo de vida são fundamentais para o sucesso do tratamento.
A educação para o autocuidado deve ser realizada de forma integrada entre o paciente, sua família e os profissionais de saúde. Nutricionistas têm um papel central em orientar os pacientes sobre a alimentação, mas também é necessário que a equipe de saúde esteja atenta à avaliação e acompanhamento contínuo, visando a prevenção de complicações.
O Papel do Nutricionista
Como nutricionista, você tem uma responsabilidade essencial na prevenção e controle do diabetes. Sua orientação em relação à alimentação, ao controle de peso e ao impacto de uma alimentação equilibrada é crucial. Além disso, na atenção básica, o nutricionista também contribui para o acompanhamento contínuo dos pacientes com diabetes, participando ativamente de planos de cuidado que envolvem educação e autocontrole.
Conscientização e Prevenção
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a glicemia elevada é um dos principais fatores responsáveis pela mortalidade prematura, ficando atrás apenas da pressão arterial aumentada e do uso do tabaco. No Brasil, o Dia Mundial de Combate ao Diabetes, comemorado em 14 de novembro, é uma oportunidade para reforçar a conscientização sobre os riscos da doença e as formas de prevenção.
A educação nutricional e a orientação contínua são as melhores ferramentas para controlar e prevenir o diabetes, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Portanto, como nutricionista, você tem um papel essencial no enfrentamento dessa doença e no fortalecimento da saúde da população.
Como profissional da saúde, você já contribui para esse cuidado?
Referência
- Assis J M, Cardoso F F A. Projeto de Intervenção para o Controle do Diabetes Mellitus na Atenção Básica. Acervo de Recursos Educacionais em Saúde UNA-SUS [acesso em 15 nov 2021]. Disponível em : https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/14756
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