A obesidade é uma doença crônica não transmissível, sendo uma questão de saúde pública, no Brasil e no mundo, com números crescentes ao longo dos anos, em todas as faixas etárias, e fortemente entre os adolescentes.
A obesidade também é fator de risco para outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e está associada à pelo menos 33 comorbidades, dentre elas 14 tipos de câncer.
O contexto da pandemia da Covid-19 também apontou a obesidade como um fator de risco para o agravamento da doença.
Dentre as comorbidades citadas, podemos destacar: Diabetes tipo II (Representando 30% dos custos), Hipertensão, Doenças coronárias crônicas, Câncer colo retal e Derrames, as quais causam impactos em sua qualidade de vida.
Nos últimos 40 anos, o número de jovens com obesidade aumentou dez vezes, de 11 milhões em 1976 para 124 milhões em 2016.
Fortes evidências indicam que, caso a obesidade seja desenvolvida na adolescência, é mais difícil alcançar um peso saudável na fase adulta.
A questão epidemiológica e econômica da obesidade deve ser abordada através de intervenções políticas sistêmicas.
Apesar da crescente preocupação com essa situação, não temos visto muito foco nesse tema, com diversas pesquisas com o objetivo de avaliar o fardo da obesidade apenas entre adultos.
Para responder a esta necessidade, a The Economist Intelligence Unit (EIU) conduziu uma investigação sobre o custo da inação e impacto econômico sobre a obesidade em adolescentes em três mercados emergentes na América Latina: Brasil, Chile e Colômbia, com o objetivo de ajudar o poder público, as organizações de saúde e o setor privado a trabalharem em conjunto para deter a obesidade em adolescentes.
Estudos apontam que diante deste cenário, o Brasil encontra-se em segundo lugar, estando entre Chile e Colômbia.
Impacto Econômico da Obesidade em Adolescentes
Se intervenções precoces, multidisciplinares e baseadas em evidencias forem implementadas para todos os adolescentes convivendo com obesidade e que possam ajudar ao menos 20% dos adolescentes a atingirem o peso considerado saudável, o Brasil poderia economizar em torno de 16 milhões, cumulativos entre 2020-2030.
As comorbidades também podem gerar o custo indireto: Absenteísmo, Falta de contribuição para a sociedade, Medidas Governamentais que podem impactar nos casos de obesidade na população adolescente
O mapa do Universo Temático da Obesidade no Brasil apresenta as medidas governamentais que o Brasil adotou sobre a obesidade, em cinco abordagens, dentre elas podemos destacar:
Nutricional: que aborda a alimentação, seja ela saudável e adequada, ou as variações propostas em dietas não saudáveis, mas muito utilizadas para prevenção, controle e redução da obesidade. Outra transformação sobre a obesidade é sua relação com a desnutrição, antes atribuída à ausência de alimentação e atualmente presente em pessoas com sobrepeso e obesidade em função de uma alimentação inadequada, pouco nutritiva, porém extremamente calórica relacionada principalmente com o consumo de alimentos ultraprocessados.
Métodos para Combater o Aumento da Obesidade em Adolescentes
- Regulação de ações de marketing de alimentos calóricos e bebidas não alcoólicas;
- Políticas relativas á rotulagem nutricional;
- Implementação de impostos e subsídios a alimentos;
- Promoção de atividades físicas e campanhas de conscientização, explicando para o publico o que é a obesidade e os riscos associados;
- Intervenções em escolas;
- Intervenções primárias e secundárias;
- Intervenções físicas e psicológicas.
Estes métodos estão disponíveis quando o estilo de vida sozinho são insuficientes para atingimento de objetivos de saúde.
Atenção Nutricional Voltada aos Adolescentes com Obesidade
O nutricionista é um profissional de suma importância no combate à obesidade, fator este, de influencia relevante na diminuição da qualidade de vida e no surgimento de doenças.
Uma atenção nutricional adequada deve estar orientada a olhar, tanto a questão alimentar e nutricional, como a promoção da alimentação adequada e saudável e a prevenção e controle de agravos nutricionais, com destaque nesse documento para obesidade.
O aspecto nutricional do tratamento da obesidade, envolve a modificação comportamental, para auxiliar o paciente a equilibrar o gasto de energia do seu corpo, promovendo bem-estar e equilíbrio.
As orientações nutricionais devem ser individualizadas e focadas em promover hábitos saudáveis e escolhas adequadas, que promovam saúde à longo prazo, respeitando a perspectiva socioeconômica e cultural do indivíduo. Oferecendo assim, autonomia ao indivíduo em suas escolhas alimentares.
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Referências
- Mapa do Universo Temático da Obesidade no Brasil [homepage na internet]. Instituto Cordial [acesso em 8 Nov 2021]. Disponível em https://institutocordial.com.br/painelobesidade
- Lançamento do estudo Enfrentando a obesidade em adolescentes na América Latina: o custo da inação no Braisl, Chile e Colômbia [homepage na internet]. Biblioteca Virtual em Saúde, 2021 [acesso em 8 Nov 2021]. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/lancamento-do-estudo-enfrentando-a-obesidade-em-adolescentes-na-america-latina-o-custo-da-inacao-no-brasil-chile-e-colombia/
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