Desde o início da pandemia de Covid-19 a preocupação com a saúde vem crescendo exponencialmente entre a população. Isso resulta em uma grande busca por alimentos e suplementos que possam dar um boost na imunidade: de acordo com a Abiad (2020), 91% dos consumidores passaram a consumir suplementos com o objetivo de fortalecer a saúde imunológica.
Por isso, os probióticos vêm ganhando cada vez mais destaque, considerando o potencial desses micro-organismos na proteção à saúde da microbiota gastrointestinal, gerando impactos na saúde física e mental.
Apesar disso, nem todas as bactérias podem ser consideradas probióticas. Isso porque um verdadeiro probiótico precisa cumprir alguns pré-requisitos para receber essa denomina��ão: precisam ser micro-organismos que estejam vivos no momento da ingestão, precisam sobreviver ao trânsito gástrico, devem oferecer um efeito benéfico ao hospedeiro e precisam ser ingeridos em uma dosagem alta o suficiente para gerar esses efeitos.
Além disso, algumas cepas probióticas são mais bem documentadas do que outras tendo a eficácia e a indicação mais bem estabelecidas, como é o caso d-o Lactobacillus rhamnosus (LGG®) e a Bifidobacterium animalis (BB-12®).
Qual é o diferencial das cepas LGG® e BB-12®?
Como já foi mencionado, LGG® e BB-12® estão entre as cepas probióticas com maior validação científica. A cepa LGG® foi isolada em 1985 e, desde então, vem sendo estudada in vitro, in vivo e em humanos; por isso, dentre todos os probióticos, é o mais bem documentado do mundo. Por sua vez, BB-12® é datado de 1987 e descrito em mais de 300 publicações científicas, sendo que mais de 100 são estudos clínicos; isso torna essa cepa probiótica a mais estudada do gênero Bifidobactéria.
A partir dessa gama de estudos, foi observado que LGG® apresenta uma excelente tolerância ao ácido gástrico e à bile, além de uma ótima aderência à mucosa intestinal. Sendo assim, essa cepa é capaz de sobreviver às condições adversas do trato gastrointestinal (TGI) e colonizar o microambiente intestinal. Vale ressaltar que LGG® também não apresenta efeitos adversos, relacionados a alteração de sabor ou aparência dos alimentos.
Ademais, assim como no caso da cepa LGG®, as evidências apontam que BB-12® apresenta uma ótima sobrevida durante a passagem pelo trato gastrointestinal, podendo colonizar transitoriamente o cólon do intestino.
Ações no organismo
Tanto LGG® quanto BB-12® estão associados à modulação da microbiota intestinal-, – porém, essa não é a única função benéfica resultante da suplementação dessas cepas probióticas.
No caso de LGG®, especificamente, ocorre uma forte interação entre os componentes dessa cepa e as células do sistema imunológico. Assim, há evidências de que LGG® potencializa a defesa imunológica do hospedeiro contra patógenos presentes no trato respiratório- através de um mecanismo de proteção sistêmica das células próprias. Com relação à ação na microbiota intestinal, as evidências atuais apontam que LGG® é capaz de induzir o crescimento de bactérias benéficas e inibir bactérias deletérias, além de potencialmente apoiar a defesa imunológica contra patógenos no TGI. Para que esses benefícios gastrointestinais sejam garantidos, recomenda-se uma suplementação diária de 10 UFC/g.
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De forma similar, os estudos sobre BB-12® apontam que essa cepa probiótica está associada a um aumento na quantidade de bifidobactérias presentes na microbiota, atrelado à inibição de bactérias com potencial patogênico-; -fora isso, alguns outros benefícios relacionados à suplementação de BB-12® são: melhora da função intestinal, especialmente em indivíduos levemente constipados; redução da incidência e duração de diarreia em bebês e crianças; apoio à restauração da microbiota gastrointestinal em pacientes portadores de Helycobacter. pylori e fortalecimento da resposta imunológica, auxiliando no combate a infecções comuns, incluindo infecções respiratórias.
Ainda, quando a suplementação de BB-12® é associada à de Lactobacillus acidophilus (LA-5®), pode ocorrer uma redução na incidência e na duração de diarreia associada a antibióticos.
Para ajudar a elucidar esses benefícios relacionados à função intestinal, o gráfico abaixo – mostra o efeito da ingestão de uma bebida de aveia contendo BB-12®, por um a sete meses, sob os movimentos peristálticos de idosos residentes de asilos:
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Com a ingestão de BB-12®, houve uma melhora de 35% nos movimentos peristálticos, em comparação com o grupo controle, comprovando a melhora da função intestinal.
Por que é importante que nutricionistas conheçam essas cepas?
Considerando a tendência mundial de busca por produtos saudáveis e a demanda crescente por suplementos que possam potencializar a imunidade, é importante que os nutricionistas estejam atualizados sobre as melhores opções disponíveis no mercado. Tendo em vista os benefícios e diferenciais já apontados das cepas LGG® e BB-12®, é válido tê-las em mente para considerar a aplicação em possíveis condutas terapêuticas que envolvam a suplementação de probióticos.
Por fim, vale ressaltar que LGG® e BB-12® são marcas registradas da Chr. Hansen, empresa global de biociência que apresenta um processo de fabricação exclusivo, envolvendo o controle das etapas durante a produção de todas as cepas probióticas. Isso garante a qualidade superior e a segurança dos produtos.
Esse material foi produzido com base nos textos:
- “The science behind Bifidobacterium”, por Mie Elhauge Kristensen, MSc, orientador científico da Chr. Hansen;
- “A ciência por trás de LGG®”, por Ana Luisa Costa, para a HA-LA BIOTEC (produção trimestral da Chr. Hansen).
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