Como orientar: Uma Introdução Alimentar de Sucesso

Descubra as melhores orientações sobre introdução alimentar para crianças, com dicas práticas para nutricionistas e pais garantirem uma alimentação saudável.


A Introdução Alimentar é um assunto que preocupa muitos pais, familiares, cuidadores, e até mesmo profissionais de saúde! Mas, com a orientação adequada, uma boa rede de apoio e um pouco de paciência, essa etapa pode ser mais simples do que imaginam.  

E para te ajudar nessa missão, Nutricionista, hoje a Academia da Nutrição traz a você as principais e mais atualizadas informações a respeito da alimentação complementar. 

A partir de quando começar a introdução alimentar? 

Nutricionista, se você conversar com gerações anteriores verá que muitos pais começaram a ofertar outros alimentos logo aos 3 ou 4 meses de vida. Entretanto, sabemos que a recomendação atual do Ministério da Saúde é iniciar apenas a partir dos 6 meses e diante dos sinais de prontidão. E se conseguir, o aleitamento deve continuar até ao menos a criança completar 2 anos. 

O motivo é porque antes dessa idade o sistema digestório do bebê ainda está em formação e não se encontra pronto para digerir alimentos que não sejam o leite materno.  

Além disso, até esse momento o aleitamento é capaz de suprir todas as demandas de macro e micronutrientes de um bebê saudável e sem qualquer comorbidade. 
 

Os sinais de prontidão, por sua vez, são indicadores de que o bebê já consegue consumir alimentos sólidos, dado que até o momento ele só consumia alimentos líquidos (leite materno ou fórmula infantil). São eles: 

  • Conseguir sentar-se sozinho, controlando o peso da cabeça e com o mínimo de apoio; 
  • Começar a levar objetos à boca; 
  • Perda do reflexo de protrusão da língua; 
  • Demonstrar interesse pelos alimentos; 
  • Conseguir realizar movimentos de preensão palmar; 
  • Aumento da vontade de mamar.   

Começando a Introdução Alimentar antes mesmo de começá-la 

Uma boa Introdução Alimentar deve começar antes mesmo do bebê comer de fato os alimentos: ele precisa ter a oportunidade de conhecê-los! 

Nessa etapa da vida os indivíduos possuem ainda mais mecanorreceptores nas palmas das mãos e nas solas dos pés e é este o motivo do pensamento de que “crianças colocam a mão em tudo”.  Elas de fato colocam, pois isso as ajudam a compreender melhor o mundo à sua volta. 

Dentro do que for possível na realidade de cada família, instrua as mães de seus pacientes a permitirem que suas crianças conheçam os alimentos sem a pressão de precisar ingerir.  Olhar, cheirar, segurar, apertar, amassar, derrubar. Diferenciar a textura da casca e da polpa, de um legume cru para um legume cozido.  E então, quando estiver pronto, experimentar! 

Esse é um processo que pode levar mais tempo do que a família gostaria, mas certamente diminuirá as chances de futuras recusas alimentares. Oriente os familiares de que a criança pode vivenciar estes momentos de experimentação durante toda introdução de novos alimentos, ou até depois, estimulando o lúdico e o cognitivo dela. 

Agora sim, começando a comer 

Nessas primeiras refeições, os alimentos ofertados inicialmente devem ser em quantidades menores, apenas de maneira a complementar o leite materno.

Preferencialmente, eles devem estar cozidos e macios, porém firmes, devem também ser amassados apenas por um garfo e sem uso de liquidificador ou peneira. Este não é o momento de misturar diferentes alimentos em sopas ou papinhas, permitindo que a criança descubra o gosto isolado do que está a experimentar.  

Nesta fase, não é indicado ofertar açúcar e alimentos adoçados (apenas a partir dos 2 anos de vida), ou temperos e condimentos prontos. Se optar por temperar a comida, utilize apenas ervas frescas e quantidades mínimas de sal. Evite ao máximo, também, produtos processados e ultraprocessados. 

As quantidades, texturas e complexidades das preparações devem evoluir gradativamente, e ao longo do primeiro ano de vida, a criança já conseguirá ter a mesma alimentação que o resto da família. 

Nesse momento, também não é necessário oferecer sucos, chás, refrigerantes ou qualquer outra bebida a criança, apenas água natural e a temperatura ambiente é o suficiente para hidratá-la. 

Acolha os familiares e a criança! 

Nem sempre um alimento será aceito de primeira. Na verdade, isso acontecerá na menor parte das vezes. Cabe a nós, Nutricionistas, acalmar os pais e cuidadores e prepará-los para as frustrações.  

Comer é um processo de aprendizagem, no qual a criança levará o tempo que for necessário para ela, e que pode ser diferente de outras da sua idade. É de extrema importância variar os tipos de alimentos ofertados, as formas de preparo, texturas, aromas e sabores.  

Oriente-os a respeitar caso a criança rejeite determinado alimento, mas também a não desistir e continuar tentando expondo-a ao mesmo em outros dias, de diferentes formas de preparo e com novas combinações. Para muitas crianças, é necessário experimentar algumas vezes uma mesma comida antes de passar a aceitar.

O momento da refeiç��o deve ser calmo, tranquilo e sem estresse, ou é possível que a criança desenvolva traumas futuros em relação à comida. E lembre-os de dar o exemplo, comendo na frente da criança os mesmos alimentos que oferece a ela, uma vez que aprendem bastante com a observação!  

Uma criança que chega é uma oportunidade de trabalhar a alimentação de toda a família. 

Por fim, oriente-os quanto às distrações que tiram o foco do momento da refeição, como jogos, brinquedos e, principalmente, telas – televisão, celular, tablet e outros aparelhos eletrônicos. A atenção da criança deve estar voltada para a comida, e um prato colorido e chamativo também ajuda positivamente nisso.  

Introduzir a alimentação complementar ao leite não é uma tarefa fácil, e é comum que os pais sintam dificuldades. Afinal, é uma aprendizagem para toda a família, e não apenas para a criança! 

Nutri, clique aqui e confira o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos na íntegra! E para os momentos que precisar acessar alguma informação com certa urgência, o Ministério da Saúde também disponibilizou a versão resumida do Guia (e que você também pode acessar clicando aqui). 

Com o objetivo de “guiar” as pessoas em direção a uma Introdução Alimentar bem-sucedida, o Ministério da Saúde publicou, em 2019, o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, uma continuação do Guia Alimentar para a População Brasileira focada nos pequenos. 

E não esqueça de compartilhar este conteúdo com seus amigos Nutricionistas que atuam ou tem interesse na alimentação infantil ou que porventura ainda não utilizem o Guia Alimentar. 

Referências Bibliográficas 

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