Dieta Mediterrânea e seu impacto no metabolismo de mulheres pós-menopausa

Dieta mediterrânea pode reduzir sobrepeso, obesidade e dislipidemias em mulheres pós-menopausa. Descubra como ela impacta o metabolismo e a saúde metabólica.


Hoje trazemos um estudo transversal publicado em 2019, por pesquisadores da Universidade de Catânia e do Hospital Universitário Policlínico “Vittorio Emanuele”, duas instituições da Itália, no Journal Nutrition and Healthy Aging, sobre como a Dieta Mediterrânea pode estar relacionada ao estado metabólico em mulheres na pós-menopausa que vivem em uma área mediterrânea

Antes de continuarmos a falar do estudo em si, vale a pena dar uma lembrada que uma dieta mediterrânea é caracterizada pelo consumo de carboidratos não refinados, advindos principalmente de grãos integrais e leguminosas, de fibras e grandes quantidades de micronutrientes vindas de frutas e vegetais em geral, de ácidos graxos poli e monoinsaturados oriundos de peixe, azeite e oleaginosas, consumo de leites e derivados, baixo consumo de doces e sódio e alta ingestão de polifenóis e fitoquímicos derivados do vinho, bebido durante as refeições e de modo equilibrado.  

Claro que cada grupo alimentar não fornece somente um ou dois tipos de nutrientes ou composto bioativo, portanto, essa descrição supracitada, foi feita baseando-se nas fontes alimentares mais ricas, que inclusive foram abordadas no artigo. 

Voltando ao estudo. O objetivo era investigar se havia alguma relação entre a adesão à dieta mediterrânea e a prevalência de sobrepeso e de obesidade, doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica (HAS), e o fator de risco para DCNT, como as dislipidemias. A amostra utilizada foi de 499 mulheres na pós-menopausa, da base populacional da siciliana MEAL, um estudo de coorte observacional e prospectivo, que tem por objetivo verificar e analisar a relação entre características da dieta e do estilo de vida dos indivíduos que vivem na área do Mediterrâneo. 

A avaliação dietética foi realizada utilizando-se um questionário de frequência alimentar validado (QFA) e a adesão à dieta mediterrânea foi realizada por meio da pontuação MEDI-LITE.  

As medidas antropométricas aferidas foram altura, peso, circunferência da cintura e quadril, pressão arterial com o sujeito sentado, tendo repousado pelo menos 5 minutos por três vezes, e foi calculado o IMC e a relação cintura/quadril.  

Foram considerados hipertensos os participantes que apresentaram pressão arterial, PA, maior ou igual a 140/90 mm Hg, que se encontravam em uso de medicamentos anti-hipertensivos ou que já tinham diagnóstico prévio de HAS. E as medidas de glicemia ou perfil lipídico não foram realizadas, em vez disso para um participante ser considerado diabético ou dislipidêmico, tal foi feito com base em diagnóstico prévio. 

Dessa forma, a partir de análises estatísticas, foi verificada, na amostra estudada da população em questão, uma associação inversa entre a alta adesão à dieta mediterrânea e a prevalência de sobrepeso, obesidade e dislipidemias. Já não se obteve nenhuma relação no que se refere a DM2 e HAS. 

Na discussão, os autores chamam a atenção que a ocidentalização do padrão dietético e do estilo de vida, leva a uma menor qualidade de vida e a maiores riscos de doenças metabólicas, DCNT e risco de morte. Assim, como não há um componente mágico da dieta que exime o indivíduo da necessidade de cuidar de todo o seu estilo de vida. 

Desta forma, fica os questionamentos: como você abordaria em consultório um estudo como esse com as suas pacientes em pós menopausa? Quais critérios fariam você orientar ou não orientar uma dieta mediterrânea ou uma dieta inspirada no estilo de vida mediterrâneo?  

Referências Bibliográficas 

  • FIORE, Valerio; CAPRARO, Michele; RAGUSA, Rosalia; GODOS, Justyna; MISTRETTA, Antonio; MARRANZANO, Marina. Mediterranean diet and metabolic status in post-menopausal women living in a mediterranean area. Nutrition And Healthy Aging, [S.L.], v. 5, n. 1, p. 53-60, 2 abr. 2019. IOS Press. http://dx.doi.org/10.3233/nha-190062. Disponível em: https://content.iospress.com/download/nutrition-and-healthy-aging/nha190062?id=nutrition-and-healthy-aging%2Fnha190062. Acesso em: 18 ago. 2021. 
Já pensou em anunciar na comunidade nutricional mais relevante do Brasil?
This is default text for notification bar