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O avanço da fome no Brasil: são 14 milhões de novos brasileiros em situação de fome

O avanço da fome no Brasil: são 14 milhões de novos brasileiros em situação de fome
Academia da Nutrição
jul. 4 - 4 min de leitura
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Em junho de 2022, foi lançada a segunda edição do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da COVID-19, no Brasil - a II VIGISAN. 

 

Este inquérito analisa informações obtidas, entre novembro de 2021 e abril de 2022, e a partir de entrevistas realizadas em mais de 577 municípios, rurais e urbanos. A análise da Segurança Alimentar e Insegurança Alimentar foram medidas pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, importante instrumento utilizado em diversos estudos e inquéritos brasileiros. 

 

O que é insegurança alimentar 

 

A insegurança alimentar é caracterizada pela falta de acesso físico, econômico ou social do indivíduo ao alimento e ela pode acontecer por diferentes fatores, como a falta de capital e o difícil acesso a alimentos em determinadas regiões. 

 

E ela pode acontecer em 3 diferentes níveis:

1- Leve: há uma incerteza em relação ao acesso à alimentação em um futuro próximo e/ou a qualidade da alimentação já se encontra comprometida;

2- Moderada: a quantidade de alimentos que a pessoa consome não é suficiente a manutenção de um bom estado de saúde; 

3- Grave: há a privação no consumo de alimentos e estado de fome;

 

Cabe aqui colocar que a Insegurança Alimentar está altamente relacionada às condições de acesso à uma alimentação adequada e digna, sendo importante a qualidade nutricional e social das refeições que são (ou deixam de ser) feitas. 

 

A situação da fome no Brasil 

 

Os resultados obtidos em relatório demonstram o avanço da Insegurança Alimentar e situação de fome no Brasil, país de uma vez fora referência no combate à fome. 

 

Anteriormente, estimava-se que cerca de 9% dos domicílios brasileiros tinham seus moradores em situação de fome, hoje em dia a estimativa dessa porcentagem é de 15,5%, ou seja, 33,1 milhões de pessoas. 

 

De acordo com o site “olhe para a fome”, portal de confiança que traz os últimos resultados da II VIGISAN, mais da metade da população do país vive em algum grau de insegurança alimentar. 

 

Imagem - Distribuição da população de acordo com seu estado de Segurança Alimentar, dados obtidos entre novembro de 2021 e abril de 2022; Fonte: https://olheparaafome.com.br/

 

Ainda, o relatório traz que as formas mais graves de insegurança alimentar atingem uma maior parcela das regiões Norte e Nordeste do país: nessas, 4 em cada 10 famílias relataram diminuição parcial ou severa do consumo de alimentos nos três meses anteriores à entrevista do inquérito. 

 

Já no caso das regiões sudeste e centro-oeste, este mesmo relato ocorreu em 3 a cada 10 famílias e na região sul o mesmo relato veio de 2 a cada 10 famílias. 

 

Outros parâmetros de análise do aumento da fome foram: área urbana ou rural, etnia e raça, comando do lar, presença de crianças, fonte de renda e renda mensal, escolaridade. 

 

No que diz respeito à fome nas diferentes áreas, a rural tem um pior cenário, uma vez que a insegurança alimentar está presente em mais de 60% dos domicílios, além disso, foi observada uma prevalência de 18,6% de famílias em situação de fome, número maior que a média nacional. 

 

A insegurança alimentar também é maior nas famílias comandadas por pessoas de raça/cor preta ou parda: são cerca de 65% dos lares que convivem com restrição alimentar, além disso, estima-se que o cenário da fome nestes lares saltou de 10,4% para 18,1%.

 

Por fim, o relatório também denuncia o aumento da insegurança alimentar e fome nos lares que são comandados por mulheres, têm crianças, a renda proveniente de algum emprego informal, além de demonstrar que os domicílios com responsáveis com mais de 8 anos de estudo têm maior percentual de segurança alimentar. 

A importância de se saber mais sobre o avanço da fome

Como nutricionistas, esses são dados que devem estar no nosso radar de atualização para posicionamento sempre que possível e necessário, além de nortear condutas dentro da realidade da população. 

Para saber mais sobre o assunto, acesse: https://olheparaafome.com.br

 


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