Há pouco tempo, foi realizado um debate sobre o tema Insegurança Alimentar e Nutricional e o agravamento da fome no Brasil, entre participantes nutricionistas, professores e representantes de Programas de Alimentação.
Esse debate foi mediado pela nutricionista Nancy Aguiar, vice presidente do Conselho Federal de Nutricionistas.
Vale destacar que o nutricionista é protagonista a frente do combate à fome e insegurança alimentar no país, e deve participar ativamente.
Uma Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios concluiu que em 2004, 64,8% dos domicílios brasileiros estavam em Segurança Alimentar; em 2009 houve uma melhoria para 69,6%, e em 2013 chegamos a 77%.
Após a crise política em 2016 encontramos um percentual de 63,3%, abaixo do ponto inicial da trajetória em 2004.
Ou seja, o declínio da segurança alimentar teve início antes mesmo da pandemia!
Em 2019, com a pandemia, chegamos a 44% dos domicílios em segurança alimentar, e 55% dos domicílios brasileiros estavam em situação de insegurança alimentar, distribuídos da seguinte forma:
- 34,7% em insegurança leve (preocupação de faltar comida)
- 11,5% moderada (alteração do padrão quantitativo e qualitativo alimentar da família)
- 9% em insegurança grave (fome)
Quando se pensa em desigualdades regionais, a insegurança alimentar atinge todas as regiões brasileiras, mas no Norte e Nordeste a situação se torna ainda mais grave.
Precisamos nos atentar que a pandemia não trouxe de volta a fome no Brasil: a fome já estava voltando, a pandemia só acelerou o processo.
Hoje temos 690 milhões de pessoas passando fome, por conta da desigualdade social, que ocorre devido a concentração de renda.
Todos nós somos culpados pela situação atual do país!
Precisamos nos unir!
Precisamos trabalhar as políticas públicas!
E, finalizando com um convite à reflexão, deixamos a frase do filósofo italiano Pietro Ubaldi:
“O próximo grande salto evolutivo da humanidade será a descoberta de que cooperar é melhor que competir.”