Nutricionista, hoje queremos trazer uma reflexão sobre SUSTENTABILIDADE!
Como essa temática tem impacto no consultório? E qual é a melhor maneira de abordagem sobre um assunto tão pertinente nos dias atuais? Você acha que faz pouco em relação ao tema e se sente culpada por isso?
Pois é, cuidar do meio ambiente parece uma missão complicada, não é, nutri? Ainda mais quando pensamos no agito do dia a dia, nas facilidades da tecnologia e no avanço de produtos e soluções que parecem nos distanciar ainda mais disso!
Quando falamos de sustentabilidade, é necessário compreender que estamos falando sobre saúde e bem-estar das próximas gerações e da nossa também.
O conceito de sustentabilidade é muito amplo e não está apenas ligado ao meio ambiente, mas também as pessoas e aos recursos (naturais e impacto financeiro). Não vamos abordar tudo aqui nesse texto, mas com certeza vale uma pesquisa sua mais profunda no assunto depois! Vamos focar em atitudes que podemos fazer na nossa prática como nutricionistas, fechado?
Sem contar que isso é o que vemos. Já pensou em quanta embalagem, quanto lixo não é gerado em todo o processo? Desde a colheita da batata até o lixo do recreio?
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas - FGV, de 2019, aponta que cada brasileiro joga, em média, 40kg de comida fora todos os anos.
Nutrição e sustentabilidade já foi até tema da campanha anual do Sistema Conselhos Federal e Regional de Nutricionistas (CFN/CRN), com a intenção de trazer uma reflexão mais coletiva sobre o que é ser sustentável dentro do nosso campo de atuação. Com olhares mais coletivos e que atendam as demandas da população, mas ainda fazemos pouco!
Para te ajudar a abordar esse tema no consultório, elaboramos alguns passos importantes:
#5 passos para falar de sustentabilidade com seus pacientes
#1 - Avalie seu lixo: é comum que no dia a dia os nossos pacientes optem por comprar produtos de consumo rápido, nenhum problema com isso, quando essa não for a BASE da alimentação dele. Por isso, proponha a ele uma avaliação sobre o que ele joga fora.
Relacione a experiência de ir ao supermercado com a quantidade de sacolas que ele volta para casa, por exemplo. Quantas sacolas ele precisa para uma compra básica? Será que ele não poderia substituir tudo isso por uma sacola biodegradável ou por uma ecobag?
#2 - Compre de pequenos produtores: a preocupação com o meio ambiente não é apenas com a geração de resíduos, mas é com as consequências sociais sobre o nosso ato de comprar. Normalmente, os pequenos produtores são mais impactados quando concentramos as nossas compras apenas em grandes magazines e supermercados.
Já quando adquirimos frutas, legumes e verduras de pequenos produtores, estamos circulando por políticas de economia criativa e também por critérios de saudabilidade, como a produção de alimentos 100% naturais, sem a adição de agrotóxicos.
Além disso, você está beneficiando a agroecologia, que visa extrair o que há de melhor da natureza por meio da preservação do meio ambiente.Sem contar a redução do chamado “FOOTPRINT” .
#3 - Leve tua vasilha: você já ouviu aquelas histórias de que antigamente, lá no interior, as nossas avós levavam seus “potes ou cumbucas” para as vendinhas pra comprar feijão? Parece algo bem de antigamente, não é?
Se você pensou isso, é melhor repensar esse conceito. Além da preocupação com as sacolas, a preocupação com a geração de embalagens é também um percalço para se alcançar hábitos sustentáveis.
Hoje existem lojas que vendem seus “potes de vidro” e ofertam grãos a granel, como antigamente. Assim, o seu paciente compra uma única vez o recipiente e toda vez que ele for à loja, ele leva seu “pote” para a compra do produto desejado.
Assim como essa prática já está ganhando adeptos nos Estados Unidos, onde as embalagens de longa duração é uma opção de pequenos mercados, com a intenção de reduzir o uso de plástico no cotidiano.
Confira no vídeo: https://globoplay.globo.com/v/7764485/
#4 - Cozinhe mais: pode parecer banal, mas uma das formas de ser mais sustentável é cozinhando em casa!
Isso porque ir para a cozinha para preparar a própria comida envolve a sustentabilidade financeira da vida do seu paciente, nutri.
Cozinhar em casa permite a visualização do preparo, o controle da qualidade daquela refeição - porque ela é feita do jeito que você quer, incluí os aspectos cognitivos - sensações, afetos, lembranças.
E mais, o ato de cozinhar possibilita a economia financeira. Até porque nós sabemos que comer fora de casa sempre gera um custo maior e somado ao longo do mês acaba pesando no bolso do paciente.
Então incentive ele a cozinhar mais vezes em casa, seja para fazer lanches ou mesmo montar uma marmita diferente para levar ao trabalho - olha o tema das marmitas fits voltando aqui.
#5 - Evite desperdício: O Brasil está entre os 10 países que mais desperdiçam alimentos no mundo. Claro que é alarmante, mas muitas vezes esse desperdício ocorre porque as pessoas não conhecem as etapas de preparo dos alimentos e a potencialidade de cada um deles.
Transformar a cultura alimentar das pessoas é complexo, mas faz parte do nosso trabalho como nutricionistas. Por isso, é essencial deixar claro para o paciente as formas de evitar esse desperdício.
Apresente novas formas de produção do alimento, oriente ele a congelar legumes e folhas.
Fale para ele ir a feira, para que ele tenha um contato direto com as hortaliças e perceba, mesmo que seja inconsciente, os sabores, aromas e quantidades de cada um, e desafie ele a criar receitas com o várias sobrinhas da geladeira, isso dá o famoso prato francês “ RESTÔDONTÊ” ou japonês que também está na moda “SOBORÔ”.
Vamos conversar sobre sustentabilidade?
Falar sobre sustentabilidade de forma prática é primordial, urgente e faz parte do NOSSO PAPEL. Mas não precisamos tratar o assunto como “caos alarmante”.
Nós podemos ir caminhando passo a passo nas nossas orientações em consultório, no nosso posicionamento como profissionais, ligando a alimentação saudável e adequada ao entendimento sociocultural das pessoas.
Educação sustentável precisa acontecer o tempo inteiro, até ser “aculturada” .
Vamos ser agentes de mudança e potencializadores dessas ações! Você já fala sobre isso em seus atendimentos?